Análise: Por que Toto Wolff não está sob pressão interna na Mercedes?
- Ludo van Denderen
A imprensa britânica tem estado afiada nos últimos dias. Os tabloides estão questionando o futuro de Toto Wolff na Mercedes - ou melhor, sobre como, de acordo com a mídia, ele não deveria estar lá. Isso se enquadra na cultura de julgamento do esporte inglês: se uma equipe esportiva não tiver um bom desempenho, a cabeça do responsável é explodida. No entanto, Toto Wolff segue firme no comando.
O chefe da equipe alemã mal podia acreditar no Brasil. Há anos ele não via sua equipe ter um desempenho tão ruim. George Russell havia ficado para trás antes de se aposentar. Lewis Hamilton chegou à linha de chegada, mas desempenhou um papel de coadjuvante. Ele marcou apenas quatro pontos difíceis.
Wolff é o homem certo para a Mercedes?
A queda repentina da Mercedes é o que preocupa os fãs e certamente a mídia britânica. Talvez o mais importante seja: como a equipe, que já foi tão bem-sucedida, voltará ao topo? Agora, há muitos rumores de vários setores sobre se Toto Wolff é o homem certo para comandar a recuperação. Por exemplo, diz-se que Wolff gosta de ser o centro das comemorações quando há sucessos, enquanto em momentos de mal-estar, ele aponta o dedo para os outros.
Como seria diferente na Red Bull Racing - a grande rival da Mercedes: uma vez que você veste a camisa da equipe lá, o chefe da equipe, Christian Horner, sempre o protegerá, segundo consta. Wolff, por outro lado, coloca publicamente sua cabeça no cepo de corte. E é exatamente por isso que há suspeitas na mídia de que o austríaco não será o homem que fará com que todos apontem na direção certa novamente.
Não há dúvidas sobre a saída de Wolff
No entanto, por enquanto, não há dúvida sobre a saída de Wolff, principalmente porque ele não é apenas o chefe da equipe. Foi Toto Wolff quem construiu a equipe e é um dos principais acionistas. Ele possui um terço das ações. Além disso, uma andorinha só não faz um verão, para o bem ou para o mal. Você não pode se preocupar com isso.
O desempenho da Mercedes no Brasil foi ruim, mas, ao mesmo tempo, a equipe está em segundo lugar no campeonato de construtores, atrás da inatingível Red Bull. É provável que Lewis Hamilton termine em terceiro entre os pilotos, o que representa uma melhora em relação a 2022. Lembremos também que a mudança na Fórmula 1 leva tempo. A Red Bull levou muitos anos para sair da sombra da Mercedes. Os papéis foram invertidos. O esporte é assim. Nem todos podem vencer. E se não puderem, então fiquem em segundo lugar. A Mercedes parece estar pronta para fazer exatamente isso.
D'Ambrosio ainda não está pronto para substituir Wolff
Também não há um substituto adequado pronto para Wolff internamente na Mercedes. Jerome D'Ambrosio foi contratado para eventualmente substituir o austríaco em 2023. Atualmente, o belga é o executivo de automobilismo e diretor de desenvolvimento de pilotos da equipe e, mais recentemente, chegou a dirigir a Mercedes em dois Grandes Prêmios. Wolff estava ausente na ocasião devido a uma cirurgia de recuperação. Uma dessas corridas foi o Grande Prêmio do Catar, a infame corrida em que Lewis Hamilton e George Russell colidiram.
Com um patrimônio estimado em 1,6 bilhão de euros, Wolff está seguro. Você não se torna bilionário sendo sempre amigável; é preciso ser um homem de negócios astuto e, às vezes, duro. Esse é o caminho para o sucesso. Sem dúvida, o próprio Wolff sabe que pode se mostrar duro (às vezes, contundente), mas isso faz parte de sua mentalidade de vencedor. Ser duro e franco agora é a sua maneira de garantir que a equipe volte a ter sucesso com Wolff como chefe de equipe.